quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

HP Garage Rules

Em 1982 comprei minha primeira calculadora HP.
De lá prá cá me tornei fã incondicional dos caras.
Foram muitas máquinas e vários momentos de desespero e realização ao lado das minhas inseparáveis máquinas: HP-32E, HP-33C, HP-34C, HP-41CX, HP-28S, HP-48SX, meu HP-85B e outras (todas funconando!).

Abaixo uma foto de 1939, onde nasceu a Hewlett-Packard.


Nesta garagem, os jovens Hewlett e Packard criaram um gerador de áudio (valvulado, é lógico!), sob encomenda, para os estúdios da Disney, que iriam produzir o desenho "Fantasia" com o Mickey Mouse. Precisavam de um equipamento leve, prático e robusto para os efeitos sonoros nas gravações.
Além do equipamento, os jovens H&P criaram também um conjunto de regras que nortearam a companhia durante todos estes anos.
Mais que isso, as regras da garagem, são o resumo do que todo e qualquer empreendimento industrial deveria ter como mote. Não é à toa que a HP chegou onde chegou. Clique na imagem para ler as "Leis da Garagem da HP".


E finalizando, uma pequena homenagem aos dois Srs. e seu sonho.


Divirtam-se!



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gurus de plantão

Meus caros amigos,
Durante muitos anos levei uma vida "corporativa". Trabalhei em grandes empresas multinacionais (Bosch, Pirelli, Philips, entre outras). Quanto maior a empresa, menos problemas certos indivíduos conseguem causar, bagunçando (de forma consciente ou mesmo inconsciente) os processos estabelecidos.
Quanto mais antiga, e quanto maior o número de guerras e conflitos esta companhia atravessou, mais sólida é sua estrutura. Mais resiliente ela se torna.
Porém existe uma raça extremamente perniciosa de indivíduos que conseguem abalar estruturas de empresas tão sólidas quanto às que eu já citei:
São os Gurus de Plantão.

Não sei definir muito bem qual é o fenômeno, mas uma coisa é fato, eles têm a capacidade de enebriar seus seguidores e ouvintes de forma a incutir suas idéias numa legião de adoradores-seguidores culminando numa total ausência de opinião-própria em seu séquito.
Convertem todos eles em zumbis, ou melhor, mariposas bailando em volta do lampião até que acabem queimadas, proporcionando um espetáculo pirotécnico que o tal guru geralmente assiste de camarote...

Em qualquer ramo da atividade humana, seja no mundo corporativo ou no mundo do áudio, o bom-senso vale mais do que as mil palavras de um guru.
Por este motivo aprecio tanto os textos e o posicionamento do sr Bruce Rozenblit.

Abaixo algumas considerações que sempre comento com meus clientes regulares ou através de consultas de e-mail:
  • Ciência é ciência. Não existe nada esotérico o suficiente que não possa ser mensurado, medido, virado do avesso e que não obedeça às mesmas leis da física seja aqui na Terra ou em algum planeta de Andrômeda. Parafraseando o Prof. Dr. Carl Sagan: é como a navalha de Occam...é muito mais digno assumir logo que os dragões não existem do que justificar por mil e um dogmas a sua existência. A natureza sempre percorre os caminhos mais simples...agrade-nos ou não...
  • Quando usam algum termo que vc não conheça, questione. Estude. Vá atrás. Não se fie em idéias e relatos de quem não estudou o assunto à fundo e não possui respaldo científico algum. Robert Millikan nunca foi um cientista genial ou extraordinário, muito menos um visionário do porte de um Maxwell, de um Dirac ou mesmo do Einstein, todos contemporâneos seus; mas uma coisa era fato: se o Millikan houvesse testado, com certeza estaria comprovado! Ele era assim: um ponto de interrogação ambulante que comprovou várias teorias que os próprios cientistas-idealizadores não tinham a menor idéia de como comprovar o que haviam escrito...
  • O bom-senso sempre nos dá uma boa medida de onde colocar nossas fichas.
  • 100 vezes mais caro não significa 100 vezes melhor. E vice-versa.
  • Aos 7 anos de idade nossos ouvidos são mais que perfeitos, porém não gostamos de Jazz e Beethoven é só o cachorro do filme da Disney. Aos 14 eles ainda são perfeitos, mas começamos a estragá-los com rock e fones-de-ouvido (combinação perigosa!). Aos 21 estão razoavelmente bem, mas passamos noites em claro atrás de uma mulher bonita enchendo os tímpanos com múisca alta até de madrugada. Aos 28 começamos a gostar de boa música, mas não conseguimos mais ouvir muito bem...Aos 35, sabemos exatamente o que é música boa, mas já estamos surdos! Essa é a vida.
  • 5Hz ~ 100kHz é pra golfinho, baleia, elefante e morcego. Ouça o que vc tem à mão, se te proporcionou prazer, então desfrute. Caso contrário, procure algo dentro da sua realidade para que possa lhe proporcionar prazer. Ponto.
  • A psicoacústica explica que nosso cérebro consegue preencher os vazios de um programa que ouvimos. Quanto mais experiências emocionais ligadas à musica tivermos na nossa juventude, melhor será o que ouviremos quando formos velhos e surdos!
  • U=R*I. Todo o resto vem daí!
  • Potência é a capacidade de algo produzir calor. Um equipamento de 1100 watts ligado em 110V TEM que ter um fusível de no mínimo 10A. Se a conta não bate, desconfie.
  • O rendimento de um alto-falante varia de 0,5 a 4%, ou seja, para cada 100w entregues pelo amplificador, de 99,5 a 96w são transformados em calor pela bobina, o resto é som.
  • A bobina de um falante é feita de cobre. Cobre comum com um monte de oxigênio e impurezas. Pra que usar um cabo de US$2.000,00/m se antes do cabo temos um transformador com 200m de cobre comum e depois do cabo um alto-falante com outro tanto do mesmo cobre comum?
  • Conector de ouro seria necessário se morássemos em Vênus ou Mercúrio. Aqui na Terra o bom e velho cobre-níquel dão conta do recado, e muito bem! A força utilizada para apertar os conectores é mais que suficiente para expor o metal vivo nas conexões, caso estejam oxidadas.
  • O mesmo vale para chaves, relés e soquetes. O simples movimentar de contatos ou inserção das válvulas já é mais que suficiente para expor o metal do contato.
  • Números são ótimos para fazer planilhas e controlar o orçamento. Em se tratando de música, prefira ouvir a ler. Ouça sem preconceitos, se gostar do que ouviu valeu a pena. Se não gostar, sinta-se livre para seguir seu caminho à procura do som perfeito. Mas use os SEUS ouvidos, não os ouvidos de outro!
  • Quando vejo alguma página de review de equipamento em alguma revista, olho só se a foto foi bem feita ou mal feita. Daí já dá pra ter uma idéia se o dono da marca analisada pagou ou não pro seu produto sair bem pontuado pelo crítico...
  • Já pensou numa mulher com a voz da Joss Stone e a cara da Aracy de Almeida, ou mesmo a Susan Boyle...não dá, né?! O equipamento tem que agradar aos olhos e ouvidos. Pesto é outro exemplo. Mande uma criança fechar os olhos e comer pesto. Beleza. Agora mande a mesma criança comer pesto olhando a cor e a textura do mesmo...já sabe a resposta, né?! A experiência sensorial deve ser completa.
  • É impossível agradar a Gregos e Troianos, por esta razão, os equipamentos que fabrico são retornáveis. Não gostou do que recebeu, mande de volta que seu investimento volta pro seu bolso. Por esta razão sempre insisto aos meus futuros clientes que, quando possível, levem um equipamento de testes para casa e experimentem.
Basicamente é isto.
Experimentem e troquem experiências, porém policiem-se para não se tornarem os Gurus-de Plantão...
Quando isto acontece, o conhecimento e a curiosidade perecem, arrastando todo e qualquer avanço tecnológico pro fundo do poço.
Se o Padre Landell de Moura tivesse dado ouvidos ao Bispo, ele não teria inventado o rádio 10 anos antes do Marconi, que acabou levando a fama...
Inovar e reescrever a forma de fazer as coisas é para poucos, mas garanto que as experiências aprendidas pelo caminho são redentoras! Tente. Inove e compartilhe!

http://www.amplificadores.com.br/

Grande abraço a todos.


"Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem"

sábado, 22 de janeiro de 2011

Correios & Transportadoras

Sempre aparecem algumas dúvidas de clientes quanto ao uso dos correios e demais transportadoras. Tentarei dar algumas dicas úteis a seguir:
  • Os Correios funcionam muito bem, do Sudeste para baixo. Norte, Nordeste e parte norte do Centro-Oeste, parece outra empresa. Vejam bem, não estou generalizando ou radicalizando, muito menos insinuando algum tipo de preconceito. Falo sobre fatos. Estatística é uma Ciência, embora hajam controvérsias*.
  • Não sei se a culpa é do governo federal que não investe em infraestrutura rodo-aero-ferroviávia de maneira adequada nas regiões do seu maior contingente de eleitores. Ou se a culpa é da má administração do próprio Correio. As minhas encomendas despachadas para estas regiões SEMPRE chegam em seus destinos com algum problema. De endereços não encontrados à equipamentos danificados por desleixo no manuseio dos pacotes. Sim, é triste. Temos analfabetos funcionais em cargos-chave em algumas instituições público-privadas por todo lado...
  • As transportadoras privadas também encontram obstáculos "impostos" pelo governo federal para operarem para estas regiões de maneira eficiente, talvez para desestimular o seu uso em detrimento dos Correios (lembram-se daquela turma do Roberto Jefferson & CIA?). Bem, voltando ao assunto:
  • Como não sobram alternativas, tive que modificar o estilo de envio dos equipamentos. Agora eles são despachados em caixas de madeira bem mais robustas e mais pesadas ($$$).
  • Guardem estas caixas, mesmo que desmontadas, caso precisem enviar seus equipamentos de volta para manutenção, upgrade, devolução ou seja lá o que for. Os equipamentos danificados por mau-uso, seja no cliente , seja no transporte, não estão cobertos pela garantia vitalícia. Válvulas são frágeis, infelizmente.
  • Por falar em válvulas, guardem suas embalagens, mesmo que desdobradas para ocupar menos espaço. Elas são parte da história. Os logos, números de série, ano de fabricação, país de origem, etc, têm bastante valor como itens de coleção, além de proporcionarem o acondicionamento correto das mesmas. Repararam que as caixas possuem calços e abetas internas que sustentam as válvulas em seu interior?
  • Usem o número do rastreador, que é enviado à vocês por e-mail,  para verificar em http://www.correios.com.br/, no item "Rastreamento de objetos" onde está sua carga. Saibam que algumas vezes o objeto sai para entrega porém retorna ao CT por falta de tempo hábil ou algum acidente de percurso que impossibilitou a chegada ao destino. SP e RJ em Janeiro sempre é problema! O trânsito vira o caos quando chove além da conta. Culpa dos governos federal, estadual e municipal. Lideramos a arrecadação de impostos  e tributos e, há 50 anos as cidades crescem de forma desordenada e com plano de urbanização puramente eleitoreiro. Parabéns ao Lerner pelo que fez no PR! Em contrapartida, vejam o centro de SBC esta semana: resultado das manobras PoliTico-eleitoreiras de ocupação das encostas dos morros da represa Billings desde o início da década de 80. Uma hora a Naturza cobra a conta:

  • Que transportadora consegue atravessar este rio de lama? Ao centro a sede da prefeitura. Á direita Santo André: de onde vêm as encomendas tanto da JadLog quanto do Correio/SEDEX. Ao fundo Diadema/SP e à esquerda a divisa com São Vicente, na Serra-do-Mar (ou o que sobrou dela com as favelas da Cota 200 e Cota 400 na Via Anchieta).
  • É FUNDAMENTAL que o número de telefone válido do destinatário (com os prefixos locais e alguém no fim da linha para atendê-lo) seja impresso na etiqueta da encomenda junto ao endereço ou nome. Tanto os Correios, quanto as transportadoras privadas telefonam após as 3 tentativas de entrega sem sucesso antes de mandarem a carga de volta ao remetente.
  • Nunca assumam que o funcionário das transportadoras/Correios vão entender o que vcs escreveram. Se fizer manuscrito, use letra de forma. Dê preferência ao uso de etiquetas impressas. Se for jato-de-tinta, use fita adesiva transparente sobre a etiqueta para evitar que a chuva ou umidade apagem os dados.
  • Os Correios disponibilizam no website um "engine" para criar as etiquetas com código de barras, inclusive. Veja em http://www.correios.com.br/enderecador/encomendas/default.cfm .
  • Não se esqueçam: Rua é Rua, Alameda é Alameda e Avenida é Avenida. Em S.B.Campo por exemplo, temos uma Avenida Dom Pedro de Alcântara e uma Alameda Dom Pedro de Alcântara, mesmo CEP e para piorar as coisas, se vc consultar o website dos Correios pelo CEP só aparece a opção de Avenida em todo o município...Pois é, as minhas cobranças e contas mais as do Sr que mora na Avenida D.Pedro vêm todas para mim...as minhas encomendas e presentes sempre acabam indo para este outro Sr...já comentei com vocês que todo chato é azarado?!? Vejam o post anterior.
  • O sistema de endereçamento no Brasil é um tanto quanto bagunçado, apesar do CEP de 8 dígitos, que permitiria 1.074.741.182 endereços diferentes, algo em torno de 5,3 endereços por habitante do país. Em cidades planejadas temos quadra, lado norte, lado sul, lado oeste, numero par, número ímpar, bloco etc. Em outros "logradouros" temos o nome da rodovia e o km (+/- onde está a fazenda do sujeito...) Certifiquem-se com o destinatário, não somente nos Correios pelo CEP, para onde vai seu pacote antes de fazer a etiqueta de envio. Se possível, peçam para ele copiar de uma multa de trânsito, conta de luz, água ou telefone. Este tipo de correspondência SEMPRE chega no seu destino.
Grande abraço e divirtam-se.


* (Veja um exemplo de estatística trabalhando à favor da bandalheira: Qual o número de habitantes por região do país? Mentalizou cada um deles? Vá no site da CEF e veja pra onde é sorteada a grande maioria dos pêmios da loteria federal. Como diria o Homer Simpson: "Esquisito...."

Um exemplo da estatística trabalhando de acordo com as Leis da Natureza: jogue uma moeda pra cima e conte quantas caras e quantas coroas deram. Quanto mais jogar, mais perto de 50% vc terá!)

26/1/2011
PS.: O procedimento do SEDEX é o seguinte:
  1. Os Correios/SEDEX tentam entregar o objeto 3 vezes.
  2. No caso de 3 ocorrências de "destinatário ausente", o objeto retorna ao CE dos Correios que o remete ao CD mais próximo da resiência do destinatário.
  3. Um aviso por escrito é enviado ao destinatário e deixado em sua caixa de correio, avisando onde se encontra o objeto para a retirada.
  4. O objeto permanece por 7 dias à disposição no CD para a retirada.
  5. Após estes 7 dias o objeto retorna ao remetente.


domingo, 16 de janeiro de 2011

Tive que concordar...

Ouvi "uma" ontem da minha esposa que me deixou pensativo sobre os rumos que o Universo toma em função das nossas escolhas e ações...

Recapitulando...
Eu. O Luciano:
"Há 20 anos compro meus carros esperando fazer um bom negócio, como todo mundo. Nestes 20 anos de trocas e experimentações, peguei somente um (unzinho) que me deixou feliz e satisfeito pelo tempo que estive com ele.
Esta avis rara foi um Fiat UNO 1986.
Nada.
Nadica.
Nothing to do with...foi pegar e andar, trocando óleo, verificando filtros e pastilhas e colocando gasolina. Foi pura alegria e diversão. Até esquecia que tinha o carro. Bem, estava nos meus vinte anos e tudo era festa, devo confessar. Com a faculdade no final, resolvi parar numa concessionária e pegar um "zero". De lá pra cá só foram "Zeros à esquerda". Um atrás do outro.
Nem Japonês, nem Europeu, nem Brazuca. Não importava a bandeira, eram só tranqueiras.

Um que era desbalanceado: gastava freio só de um lado, pois o CG do carro era deslocado para a esquerda. Deixaram na mão do estagiário a escolha de onde colocar o bloco do motor...
Outro que não dava pra trocar as lâmpadas dos faróis: colocaram a bateria no meio do caminho.
Mais um que tinha vida própria: buzinava quando queria, ligava limpador quando dava na telha, pisca-alerta quando ele (o carro) se achava em perigo, e por aí a fora.
Teve um que eu tinha que escolher se ia às compras ou ligava o ar-condicionado: apesar do motor e da fama oriental, não aguentava o tranco...
Um outro que a direção assistida (elétrica) fazia mais barulho que o Fusca 66 do meu sobrinho, isso com 2500 km!
Há 2 anos atrás desisiti.
Deixo a grana com a minha esposa e sinto-me feliz com o que ela escolher. Ponto.

Ontem...
Conversando com ela sobre vários assuntos, o daí de cima incluso, ela me veio com esta:
"Todo chato é azarado!"

Parei para refletir e só pude concordar.

Não sei se a Natureza nos prega estas peças (sim, eu sou um chato!) para que sejamos mais complacentes e Zen no dia-a-dia, ou se as pequenas coisas que passaraim desapercebidas para a maioria das pessoas se tornam quimeras gigantescas sob nossos olhares (o dos chatos).
Mas uma coisa é fato: Se o palito caiu no bolo ante de assar, eu darei uma mordida no pedaço com ele dentro. Se estivermos em 8 pessoas num restaurante, a minha comida será esquecida pelo garçom. Se eu fechar o olho e pegar uma castanha-do-Pará no meio da barraca da feira, a minha virá bichada. Se pegar uma senha de atendimento, o placar dará pane na minha vez e por aí a fora...



Deixarei de ser crítico e exigente?
Nunca.
Sou da opinião que, enquanto viver, a Natureza um dia terá que me dar uma folga! Mai cedo ou mais tarde, tenho certeza de que isto acabará acontecendo.
Só espero estar vivo para ver este dia!

Grande abraço à todos, aos chatos como eu e aos "normais".


http://www.amplificadores.com.br/