quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Par de caixas Makizou e LPJ AFTB v02

Conforme comentei no blog,
http://hollowstate.blogspot.com.br/2012/09/makizou-3-e-os-amplificadores-valvulados.html, acabei de montar o meu par de caixas Makizou com falantes de 3".

Acertei o estofamento com lã acrílica, finalizei o acabamento, instalei os filtros de correção e revesti de tecido acústico as telas de proteção.
Para combinar com a folha de jequitibá-rosa, escolhi o tecido marrom.

Agora, na fase final de testes dos protótipos, elas ficarão ao menos 100 horas em funcionamento contínuo no LPJ AFTB v02.
http://lpjaudio.blogspot.com.br/2012/07/tocando-fogo-em-tudo-parte-2.html


O teste pode ser visto em: http://youtu.be/CY8AmZ00nIU
O LPJ AFTB v02 é um modulador AM SSB que modula em amplitude um ruído-branco (todas as frequências audíveis com mesma amplitude, gerado pela recombinação de pares elétron-lacuna em um junção P-N) através de uma portadora que faz o sweep (varredura) de 20Hz a 200Hz. Repare no som e no oscilograma do vídeo.
http://youtu.be/q0Bk0gdRVh0


Ele permite efetuar a queima de caixas, falantes e cabos sem sacrificar a vida-útil dos equipamentos do meu set (prés, CD-palyers, amplificadores, etc).


Após estes testes, queimas e ajustes preliminares, elas serão ligadas ao JUNO (amplificador valvulado PP classe AB com dois pares de EL34 - 30w/canal - www.amplificadores.com.br) para a sintonia final e levantamento das curvas de resposta com ruído-branco, impulso e sweep 20Hz a 20KHz.

Neste meio tempo o Aníbal, da AR Áudio, estará providenciando as curvas de transferência dos transdutores (alto-falantes de 3") montados nos gabinetes dos protótipos.
As curvas de Impedância x Frequência permitirão a colocação de uma rede Zöbel para linearizar a impedância total em torno dos 8 Ohms nominais, caso seja necessário.

Aqui cabe uma nota:
Para o cálculo da volumetria e topologia da caixa, usamos os parâmetros Thiele-Small do transdutor ao ar-livre. Após a montagem do conjunto, as características do transdutor acabam sofrendo algumas variações que serão corrigidas com as etapas descritas acima.

É isto aí.
Divirtam-se!


Luciano



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Transformador de Isolação para equipamentos High-End

...ou simplesmente hum-noise killer.

Sou um privilegiado.
Há algum tempo, quando eu construí meu laboratório, prestei especial atenção ao projeto elétrico da fiação de força e iluminação. Tudo aterrado conforme o figurino, dispositivo DR, setorização cuidadosa, cabos generosos, canaletas e conduítes separando cada coisa, etc.

Quando projeto e construo um equipamento, geralmente faço os testes no meu lab e só então empresto os protótipos para a minha lista de testers.
Todos estes testadores são da região metropolitana de SP, onde as empresas concessionárias prestam um pouco mais de atenção na qualidade da energia fornecida. Nunca observei ou, eles reclamaram de ruídos.

De uns tempos para cá (uns dois anos para ser mais específico) os clientes do Sul do país, começaram a me questionar sobre alguns zumbidos e falhas ocasionais por sobre-tensão (acima dos 130Vac, que é a tensão do Varistor que uso para proteção*).
Passei a incluir um sistema de regulação para acertar a sobre-tensão, porém os ruídos fogem da alçada da minha bancada de projetos...

Isto estava me incomodando até que um cliente pediu um trafo isolador toroidal para separar a alimentação AC dos seus equipamentos de áudio do restante da casa (computadores, laptops, iPhones, liquidificadores, TVs, aspiradores, esteiras de corrida e demais fontes de sujeira e ruído na rede). Ele disse que havia visto em um fórum gringo o esquema.

Bem, como "cuidado e canja não fazem mal pra ninguém", passei as especificações do trafo que ele queria para meu fornecedor e enrolamos um toroidal isolador de 500VA** (~500w em DC).

fonte: HTForum

De acordo com o cliente, o problema desapareceu.

Mandei vir algumas amostras para eu ensaiar, mas no meu ambiente a redução é imperceptível aos ouvidos, somente com os instrumentos do lab ligados é que podemos observar a ausência total do ground-loop entre a rede e o sinal de áudio dos equipamentos.

De qualquer maneira achei a solução válida e passarei a oferecer os modelos de 500VA e 1000VA com blindagem e sem blindagem eletrostática, o primeiro para que tem aterramento conforme a NBR5410  em casa. Em breve será anunciado em www.amplificadores.com.br com os valores e esquemas de ligação.

Para quem quiser dar uma olhadinha no assunto, um bom ponto de partida é o website da Apple: http://support.apple.com/kb/HT2743, texto em inglês mas um bom ponto de partida para uma madrugada de busca no "São Google`.



Abraços à todos!

Luciano Peccerini Junior





*O varistor é um elemento de proteção que "segura" surtos e picos de tensão até determinados valores e, se o surto for muito acentuado, ele entra em curto-circuito fazendo o fusível do equipamento queimar repetidamente. É o caso clássico do: PUFFF!!!...xiiii, liguei no 220!!!!.
Na verdade o varistor (quando existe no projeto) pifa e fica em curto até que vc leve para uma asssistência técnica (as picaretas cortam o varistor fora e cobram o conserto, as sérias trocam os varistores, dizem o que foi trocado, te entregam a peça defeituosa, avisam sobre o perigo de ligar errado e cobram o conserto).


** Em corrente alternada a potência é referida sempre em Volt-Ampère, ou simplesmente VA e tem o mesmo valor númérico que os Watts usados em corrente-contínua. Isto é para se diferenciar as potências reativas das resisitivas nos cálculos de potência aparente...e pasmem, lembram-se daquela baboseira de números complexos do segundo grau? É para estes cálculos que serve aquilo tudo.

...baboseira coisa nenhuma! Sempre achei fascinante, o problema era o mané que me dava aulas e não tinha a mínima noção do que estava falando!



terça-feira, 24 de julho de 2012

Dois novos acesórios para os audiófilos

Acabo de mandar para o fabricante de PCBs os arquivos das placas do AFTB2 e do HTB2.

O primeiro é o "queimador" de componentes Hi-Fi. É o LPJ Afterburner: AFTB2.
Gerador de ruído branco modulado em amplitude (AM - SSB) controlando um VCO de baixa frequencia cobrindo todo o espectro de áudio numa combinação de sons muito mais complexa do que qualquer música deste planeta e capaz de solicitar os dispositivos conectados a ele o seu máximo em termos de performance. 

O segundo é o crossfeed para fones de ouvido, LPJ Head-On-The-Box, aka HTB2.
Baseado nas teorias do Sr Linkwitz, este equipamento reduz a sensação estéreo fazendo com que o palco sonoro reproduzido nos fones de ouvido soe muito mais natural e com realismo bem próximo da audição ao vivo.

Assim que o primeiro lote chegar nas minhas mãos, montarei os primeiros produtos e postarei os resultados por aqui.

Grande abraço á todos.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tocando fogo em tudo, parte 2.



Depois de algumas semanas do post intitulado "Tocando fogo em tudo", onde descrevia o equipamento sugerido pelo CEO da Hagermann Technologies para fazer burning-in automático de equipamentos e acessórios para áudio, resolvi escrever uma resenha do andamento e finalização do projeto.

Aí vai.

Primeiramente sobre o circuito:
De cara modifiquei vários pontos que achei valiam a pena serem melhorados, na primeira versão citada no post anterior.
Foi tudo bem até a hora de implementar o modulador com o MC1496, da Motorola.
O circuito sugerido era confuso e não batia com as especificações do manual da ON-Semi (Motorola Semicondutores) - vejam em http://www.datasheet4u.com/
Mudei tudo para ficar igual ao manual.
O gerador de ruído branco já fora mudado anteriormente.
O estágio de buffer seguinte também.
O oscilador ICL8038 foi ajustado (RC de precisão) e retirado o estágio da onda triangular, que não fazia nada no esquema original, além de atrapalhar a leitura do esquema.
Acertei o ganho do buffer para o sinal resultante ficar compatível com o que diz o manual do MC1496.
Retirei vários capacitores que só atrapalhavam restringindo a banda-passante do ruído branco (white-noise BW).
...e voilà!
Tudo funcionando.

Quando olhei para o estágio final...meros 2w contínuos de uso real ou 5w com dissipador infinito.
Trocando em miúdos: é só manter o encapsulamento do CI LM386 à 25°C que ele entrega o que o manual diz...

Joguei o estágio de potência fora e montei um novo com o bom e velho TDA2005: 10w com o pé nas costas!
Como usarei um gabinete de aço-carbono pintado em epóxi preto, dá pra puxar uns 15w por canal tranquilamente, conectando seu encapsulamento Pentawatt de 11 pinos na carcaça metálica do gabinete.
Agora sim dá para brincar de "queimar falantes".

Dois trechos que merecem esclarecimento:
1. Diretamente do mundo real, onde impera a ciência:
  • Válvulas atingem sua estabilidade de emissão eletrônica após uma ou duas centenas de horas em aquecimento com o filamento em tensão nominal.
  • Alto-falantes, como todo e qualquer sistema mecânico sujeito às Leis da Termodinâmica (que ainda valem para nosso universo em expansão), são amaciados após horas de uso prolongado. Seja pelo desgaste de partes e peças, seja pelo rearranjo das fibras dos materiais utilizados ou de estruturas montadas no processo da manufatura.
  • Coisas quentes soam diferentes de coisas frias. Bata em um diapasão tipo garfo e ouça o (440Hz). Aqueçam-no e ouçam o novamente. Mudou né?
2. Diretamente do mundo do áudio, onde impera a emoção e o back-ground do ouvinte:
  • Semicondutores permanecem identicos após anos e anos de uso contínuo, desde que não sejam submetidos à algum tipo de estresse mecânico e/ou térmico.*
  • A estrutura atômica do metal que compõe os cabos não se altera pela passagem de sinal elétrico de baixas potências** e freqüências (áudio por exemplo), desde que não sejam submetidos à algum tipo de estresse como os citados anteriormente.
  • Conectores estão sujeitos às mesmas leis da física que regem os cabos.
  • Cabos de prata, ouro, cobre "oxigen-free" ou de alguma liga mirabolante resfriada a -272K e que custam os "olhos da cara", ficam ligados a 400m de cobre comum dos trafos de saída dos amplificadores valvulados. O mesmo vale para a fiação interna dos amplificadores de estado sólido high-end. Não se iluda na hora de comprar um cabo $$$.

É isto aí.
Assim que estiver tudo montado e funcionando, postarei o esquema e oferecerei no website http://www.amplificadores.com.br/ como um equipamento acessório ou kit para os entusiastas DIY montarem.


Luciano


* Trabalhei na BOSCH vários anos na década de 80. Lá tínhamos uma máquina de eletroerosão que possuía 30 transistores 2N3055 em paralelo para regular a corrente da fonte. Certa vez a máquina pifou num final de semana e, como estava de plantão e a fábrica parada, resolvi testá-los um por um no traçador de curvas TEK 577. Fato: impossível distinguir os transistores novos dos que tinham 20 anos de uso e estavam OK.
**Se a potência for tão alta que o cabo se torne um aquecedor de ambientes, aí é outro papo.

domingo, 1 de julho de 2012

ORION mkII (Amplificador para Headphones à baterias)

O amplificador de fones de ouvidos alimentado por baterias, ORION, passou por uma remodelagem completa.
Os circuitos de áudio são praticamente os mesmos, à exceção dos capacitores no caminho do áudio que foram substituídos pela versão de polipropileno (baixíssimo ESR e ruído de fundo), e a placa de circuito impresso que é nova e foi redesenhada para melhorar o desempenho e a imunidade aos ruídos.
Em relação ao circuito de alimentação a seção do recarregador foi totalmente refeita: circuitos e topologia.
Agora a indicação visual dos estados de operação do equipamento permite determinar os modos: "OPERation", "CHARGing" e "LO BATtery" (no modo ON) através das cores dos suportes acrílicos que mudam em função do estado de operação.

Vermelho = carregando as baterias de 9Vdc com o equipamento em OFF.
Laranja = carga abaixo de 5Vdc com o equipamento em ON (amplificando o sinal de áudio).
Branco = carga  entre 100% e 63% com o equipamento em ON (idem).

Além desta modificação, a fonte de aliementação foi implementada em gabinete à parte para que ficasse o mais longe possível dos circuitos de áudio, reduzindo à zero a chance de algum sinal de EMI chegar ao terminais do OPAMP de entrada.
Neste novo gabinete, o acesso às baterias recarregáveis ficou facilitado pelo compartimento á parte no gabinete permitindo sua eventual troca sem a necessidade de desmontagem da fonte.

Estas atualizações são parte do nosso programa de melhoria contínua visando fazer sempre o melhor para nossos clientes.

Se você possui um ORION e optar por fazer o upgrade, entre em contato para a sua atualização (sem custo algum).

Atenciosamente,

Luciano Peccerini Junior

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tocando fogo em tudo!

Olá meus caros.

Semanas atrás estava de olho em alguns números da AX do século passado (anos 1999 e 2000) quando me deparei com um artigo do CEO da Hagermann Technologies.

O cara descrevia um circuito dedicado á queima de amplificadores, cabos e caixas acústicas.

Fiquei interessado de cara, pois grande parte do meu trabalho na construção dos equipamentos que comercializo, é a preparação e condução dos testes de "burning-in", ou seja, a queima dos equipamentos para eventuais correções e substituições de componentes que apresentem falha-precoce bem como o 'amaciamento" dos circuitos vavulados.

Analizando a idéia, resolvi montar minha versão.

Da idéia original restaram os blocos funcionais e o uso de alguns componentes imprescindíveis, tais como os transistores 2n3604, o modulador Motorola MC1496 e o gerdor de funções monolítico da intersil ICL8036.

Basicamente o circuito se resume à um gerador de ruído branco (white-noise generator), um grador de rampa que faz o gerador de funções variar o modulador de 20Hz a 20Khz (faixa de áudio), um modulador que combina o white-noise com o áudio gerando um sinal de FM aliado à mais um modulador AM que varia a amplitude de tudo isto no tempo mais uma saída pré out (para permitir a ligação de amplificadores que necessitem de queima) L+R e dois canais de 10w de potência integrados para a ligação através de bornes banana, cabos e caixas acústicas. Um ampli de 10w para o canal LEFT e outro idêntico para o canal RIGHT.

Abaixo o esquema geral para quem quisr se aventurar:



Em algumas semanas disponibilizarei a versão comercial: placa de circuito impresso (PCI), kit de placa mais componentes e versão completa montada.
Fiquem de olho no website http://www.amplificadores.com.br/ para maiores detalhes.

Grande abraço.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Crossfeed

Algum tempo atrás um cliente encomendou um Volkano para empurrar seu recém-adquirirdo headphone Senn HD-598.
Após algumas semanas ouvindo seu Senn no Volkano este cliente me ligou dizendo que a separação entre canais o incomodava fazendo com que as gravações, que ele antes só ouvia nas suas caixas acústicas, soassem pouco naturais.

Argumentei que as gravações multi-pistas de estúdio tinham esta tendência, as quais eram minimizadas quando escutamos os dois canais em caixas acústicas numa sala de volume apropriado, porém com fones diretamente nos ouvidos e isolando um canal do outro quase que completamente, isto se tornava um pouco incômodo. É normal.

Sugeri que procurasse na web os artigos do Sr. Linkwitz (aquele mesmo que escreveu sobre os filtros Linkwitz-Riley http://en.wikipedia.org/wiki/Linkwitz%E2%80%93Riley_filter) tratando especificamente deste assunto e que me rotornasse depois de "digerir" exatamente o que acontecia com seu sistema recém-adquirido...
O assunto em questão eram os circuitos tipo Crossfeed, que têm a propriedade de "reduzir" o efeito de separação dos canais estéreo nos fones e fazer com que o palco sonoro se aproxime do que ouvimos numa apresentação ao vivo, onde os nossos sistemas auditivos ouvem o material sonoro separados por "uma cabeça" de distância entre canais.


Após esta semana de estudos, meu cliente ligou de volta e pediu para eu construir um crossfeed para seu sistema.

Aceitei o desafio e coloquei mais algumas facilidades no equipamento além do X-feed em si:

1. Duas entradas separadas e independentes selecionáveis por uma chave de 3 posições com MUTE na posição central. Desta forma poderemos ligar dois ampificadores de fones diferentes e alimentar o mesmo conjunto de headphones para comparação de amplificadores.
2. Chave de inversão de fase 0° e 180° para fazer a comparação do material de um canal com o outro (L + R).
3. Quatro níveis de perspectiva com profundidades de palco diferentes, selecionáveis por um conjunto de chaves rotativas.
4. Dois conjuntos de crossfeed independentes, um para headphones de baixa impedância (<120 Ohms) e um para headphones de alta impedância (>120 Ohms).
5. Chave de by-pass independente por conjunto de crossfeed permitindo a retirada do efeito a qualquer momento.
6. Três conjuntos de saídas para headphones diversos que podem ser ligados ao mesmo tempo para comparação de performance entre eles em relação à mesma fonte sonora.
7. Chaves ON/OFF individuais por saída que desligam os fones em teste e/ou uso
8. Chaves individuais por saída que selecionam o conjunto de crossfeed utilizado (alta-impedância ou baixa-impedância).

O protótipo já está OK, agora é projetar o gabinete, executar as pcbs e publicar o novo produto no website.

Fiquem de olho nas novidades do website.

Cheers!



quarta-feira, 21 de março de 2012

Parou de funcionar. O que fazer?

Volta e meia, algum cliente me liga desesperado dizendo que algum dos seus equipamentos sofreu alguma pane.

Se foi equipamento que eu construí, é só colocar no correio e mandar pro meu lab de volta que conserto sem problemas, afinal a garatia vitalícia serve pra isto mesmo.

A coisa pega quando é equipamento de terceiros...

Eu gostaria muito, mas muito mesmo, de dar toda a atenção e carinho que dou aos meus equipamentos, consertando equipamentos que fazem meus clientes tão felizes quanto os meus equipamentos o fazem, porém é humanamente impossível que eu dispenda este tempo e ainda continue levando o meu negócio de projetar e fabricar equipamentos para High-End Audio.

Pensando nisto, conversei com um amigo que recorro quando estou sem tempo para mexer nos meus equipamentos de áudio (de terceiros, é lógico) e instrumentos de teste e de bancada.

É o Fábio Ferrari.  ferrariffc@yahoo.com.br

O pai dele está no negócio há uns 50 anos, consertando rádio-estações e equipamentos de testes, e ele se especializou em áudio há uns 15 anos, pelo menos.

Se forem conversar com ele, comentem que leram por aqui a referência.

Lembrando: ele e o pai não são assistência autorizada de nenhuma marca. São dois apaixonados pelo que fazem, como eu, e se desdobram para colocar o que quer que seja em ordem novamente. Na grande maioria das vezes, dá certo!  ;-)

Grande abraço à todos e fica a dica!


PS.: trafos "difícieis", mando neste cara:
guidotransformadores@ig.com.br, tel 11 4474-1909



Att

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Curvas de equalização para discos de vinil e o que vem por aí.

Hoje estava finalizando as novas placas de circuito impresso dos Phono Experience nrs 4 e 5 quando encontrei uma nota de aplicação da PHILIPS para o integrado NE5532 (AN142 Audio Circuits using the NE5532/3/4), dando as diretrizes para a construção da rede de equalização RIAA e NAB.

Alguns clientes reportaram que a resposta RIAA dos meus equipamentos estava um pouco aquém do esperado.
Fazendo as perguntas de praxe, descobri que alguns deles, estavam usando discos antigos de 45 e 78 rpm, bem como alguns discos com equalizações que foram padrão no passado.

Como fica impraticável do ponto de vista econômico projetar um pré-amp de baixo custo que cubra todas as possíveis equalizações disponíveis além da RIAA (usada atualmente e que cobre 99% dos LPs disponívies nas prateleiras dos clientes), resolvi repassar os artigos abaixo e as referências para estudo dos mais ávidos e entusiasmados vinyl-lovers.

Com estas informações e com uma conexão SEND-RETURN que providenciarei para os novos modelos do Phono Experience, será possível a ligação de um equalizador gráfico de 32 bandas (que está na minha lista de pendências e projetos para 2012) para fazer a equalização manual de qualquer LP, EP, compacto etc, que venha a cair nas suas mãos.

Os textos são em inglês, bem como as referências. Me perdoem.
O tempo é escasso.




" The following charts provide the equalization curves required for the accurate playback of early LPs and all electrical 78s. Starting in 1955, all LPs use the standard RIAA curve, which is built into all new preamplifiers. Acoustic 78s were made without any equalization.
Use of these equalization curves during playback requires either an older preamp or a specialized equalizer such as the Owl I Mono Restoration Module. The equalization can also be roughly approximated with a graphic/octave equalizer.
This information is taken from several sources: the "Dial Your Discs" chart which appeared in High Fidelity magazine during the early 1950s, the chart provided by Owl Audio, the chart compiled by James R. Powell, Jr. and published in the ARSC Journal, and the jackets of various early LPs.
"Turnover" (col. 2) is the frequency below which the record manufacturer diminished the bass when mastering the disc, requiring a corresponding boost during playback. In the chart, turnover is stated using the name of the recording curve, as given on most older preamps; a list of these curves and their turnover frequences is at the end of the chart. Where a specific turnover is not available on the Owl I, the preferred setting is given in parentheses.
"Rolloff" (col. 3) is the amount of treble cut at 10 KHz required during playback to compensate for preemphasis added during disc mastering. In the chart, rolloff is stated in dB; where a specific rolloff is not available on the Owl 1, the preferred setting is given in parentheses.
These are the "official" equalizations, but there may be considerable variation from one company (or disc) to another, especially with 78s. Adjustments can be made using the tone controls or even alternate equalization curves: increase turnover if the bass sounds too thin, and Increase rolloff if the treble is too strong.

Equalization Chart for Pre-1955 LP Records

Turnover - Rolloff

Angel NAB -12 dB

Audio Fidelity NAB -16 dB

Bach Guild (501-529) NAB -16 dB

Bartok 301-304, 309, 906-920 629 Hz (500) -16 dB

Boston COL -16 dB

Caedmon 1001-1022 629 Hz (500) -16 dB

Capitol AES -12 dB

Capitol-Cetra AES -12 dB

Cetra-Soria COL -16 dB or AES -12 dB

Colosseum AES -12 dB or COL -16 dB

Columbia COL -16 dB

Concert Hall AES -12 dB or COL -16 dB or (until 1954) RIAA -8.5 dB

Decca AES -12 dB

Decca (until 11/55) COL -16 dB

Decca FFRR (1951) 300 Hz (250) -14 dB

Decca FFRR (1953) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

Ducretet-Thomson 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

EMS 375 Hz -12 dB

Epic (until 1954) COL -16 dB

Esoteric AES -12 dB

Folkways COL -16 dB

Haydn Society COL -16 dB

HMV COL -16 dB

London (up to LL-846) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

London International 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

Lyrichord COL -16 dB or AES -16 dB new: 629 Hz (750) -16 dB

Mercury (until 10/54) AES -12 dB

MGM NAB -12 dB

Oceanic COL -16 dB

Oiseau-Lyre (until 1954) COL -8.5 dB

Overtone NAB -16 dB

Polymusic NAB -16 dB

RCA Victor (until 8/52) NAB -12 dB

Remington NAB -16 dB

Urania (most) COL -16 dB

Urania (AES eq) AES -12 dB

Vanguard (411-22, 6000-18) COL -16 dB

Vox (until 1954) COL -16 dB

Westminster (before 1956) NAB -16 dB or AES -12 dB

Equalization Chart for 78 rpm Records

Acoustics 0 0 dB

Brunswick NAB 0 dB

Capitol (1942) AES -12 dB

Columbia (1925) 200 Hz (250) -7 dB (-8.5)

Columbia (1938) 300 Hz (250) -16 dB

Columbia (Eng.) 250 Hz 0 dB

Decca (1934) AES -12 dB

Decca FFRR (1949) 250 Hz -5 dB early 78s (mid-'30s) NAB 0 dB

EMI (1931) 250 Hz 0 dB

HMV (1931) 250 Hz 0 dB

London FFRR (1949) 250 Hz -5 dB

Mercury AES -12 dB

MGM RIAA -12 dB

Parlophone NAB 0 dB

Victor (early 1925) 200-500 Hz -7 dB (-8.5)

Victor (from 1938-47) NAB -7 dB (-8.5)

Victor (1947-52) NAB -12 dB

Equalization Curves by Name

AES 400 Hz (375) -12 dB

FFRR (1949) 250 Hz -5 dB

FFRR (1951) 300 Hz (250) -14 dB

FFRR (1953) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

LP/COL 500 Hz* -16 dB

NAB 500 Hz -16 dB

Orthophonic (RCA) 500 Hz -11 dB (-8.5)

629 629 Hz (750)

RIAA 500 Hz** -13.7 dB

* modified from NAB: less bass below 150 Hz, requiring about 3dB boost with bass tone control.

** "Very close" to NAB."




Todas as curvas na forma infográfica para o correto ajuste do equalizador de 32 bandas podem ser encontradas no link da referência 2. Reproduzirei de forma detalhada e explicada com o passo-a-passo dos ajustes nos manuais dos PE#4, PE#5 e no Equalizador Gráfico de 32 Bandas, que ainda é um rascunho na prancheta de projetos.

Até o meu produto estar disponível, usem equalizadores disponíveis no mercado (os Behringer, por exemplo) e ajustem conforme as dicas dos gráficos.

O SEND-RETURN que mencionei anteriormente possibilitará a retirada do sinal das cápsulas MM ou MC (high-level ou low-level para ambos os casos) antes da rede de equalização RIAA ou NAB nativas dos meus equipamentos (PE#3, PE#4 e PE#5), desta forma o usuário poderá usar um by-pass nestas redes fixas e usar o equalizador gráfico externamente.

PS.: Notaram o tanto de variáveis que existe no simples ato de tocar um disco? E os gurus-de-plantão vêem reclamar que a curva de equalização está 0,1db fora do padrão, ou que a THD é maior que 0,5%, ou o damping-factor DF do estágio final é muito baixo...tenham dó!

Ouçam. Se gostaram do que ouviram, então está tudo OK!
Os números são para o mundo da razão.
A música, é para o mundo da emoção!

Grande abraço e bom divertimento.



Ref.:













































































































































quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

BIAS no JUNO

Alguns clientes tiveram algumas dificuldades em fazer o ajuste de BIAS dos seus amplificadores JUNO.

Quando projetei os JUNO há cinco anos, previ duas opções de uso:
  1. Com as válvulas 6L6GC e família;
  2. E com as EL34 (6CA7) e parentes.
Em ambos os casos, o cliente me avisava qual válvula tinha preferência pelo timbre que eu montava o circuito do regulador negativo de BIAS conforme a especificação do manual para a respectiva válvula.
Nestes anos, começaram a me perguntar sobre a possibilidade de usar um quarteto ou outro, 6L6 ou EL34. Mudei então o circuito do regulador para admitir o ajuste para as duas famílias.
A grande maioria dos audiófilos têm uma certa afinidade com a eletrônica e faziam os ajustes sem grandes problemas. Porém alguns deles não conseguiam deixar tudo 100%. Ou faltava ferramental ou faltava habilidade (melhor dizendo, habilitação).
Voltei para a prancheta e refiz os circuitos para deixar tudo mais fácil.
Isto foi há 3 anos.

Final do ano passado.
Recebi um JUNO para upgrade estético e checagem e calibração das fontes.
Com esta história do BIAS em mente, pedi para um amigo (dentista) que não entende nada de elétrica, fazer o ajuste. Foi um desastre. Acertava um lado, descalibrava o outro. Esquecia onde tinha mexido. Fazia duas vezes o mesmo ajuste. Ignorava o lado oposto...e tudo isto com o descritivo aberto em cima da mesa e usando minhas ferramentas e instrumentos específicos.

Passei a borracha de novo e resolvi simplificar ainda mais.

Agora os JUNOs têm um conector DIN5P-F (padrão DIN de 5 pinos fêmea) sob o chassis, onde os pontos de teste estão disponíveis. Os próximos JUNOs que montar, terão mais um DIN na parte posterior onde, além do BIAS, poderão ser checadas as tensões internas de trabalho: +B (alimentação da potência), +V (alimentação do pré e phase-splitter), +S (Screen Grid) e filamentos.
Com estes dois conectores acessíveis e os sinais disponíveis, será tarefa simples fazer um diagnóstico rápido em caso de alguma falha.

Para o ajuste de BIAS agora:

Serão necessários os seguintes equipamentos:
1) Um ou dois multímetros (voltímetros) com escalas de 2V e 200mV. Melhor se tiver uma terceira escala de 20mV;
2) Uma lanterna pequena;
3) Uma chave de fenda com haste isolada (se não tiver, passe fita isolante na chave que tiver, com pelo menos 10cm de haste);
4) 2 pedaços de fio fino isolado para ligar os terminais do voltímetro aos pinos do conector DIN. Se for usar dois voltímetros ao mesmo tempo (melhor condição) providencie 4 pedaços de fio.
5) Conector DIN5P-M com cabos e terminais para facilitar ainda mais o trabalho de ajuste. Darei a dica de como construí-lo mais adiante no ANEXO.


Este é o procedimento:
1) Com o equipamento desligado, posicioná-lo com o lado inferior voltado para cima apoiado no transformador de força e tomando cuidado para não apoiar nas válvulas de saída.
2) Conectar os cabos das caixas acústicas ou da carga resistiva, se tiver uma para usar no lugar dos alto-falantes. (Veja a série completa dos artigos sobre este assunto em http://hollowstate.blogspot.com/2011/09/dummy-load-e-wattimetro-para-audio.html).
3) Conectar RCAs macho em curto, se os tiver, para garantir zero sinal de entrada. Se não tiver, pode deixar as entradas (RCAs fêmea) em aberto em ambos canais.
4) Posicionar a chave de NFB (Negative Feedback) na posição central = 0db de realimentação.
5) Setar a chave de MODE (operação Triodo, Pentodo ou Ultra-Linear) na posição Pentodo ou U.L., conforme o modelo. Nesta posição as correntes são bem menores, facilitando o ajuste.
6) Cerifique-se que todas as válvulas estão em seus lugares e soquetadas até o final.
7) Conecte o adaptador DIN5P-M se estiver usando, ou os fios de medição no soquete DIN5P-F, respeitando os pinos: 1-4 para o canal direito (R) e 2-5 para o canal esquerdo (L).


8) Se estiver usando multímetro digital, não se preocupe com a polaridade. caso seja analógico atente para a direção do ponteiro e começe numa escala alta, 20Vdc por exemplo!


9) Ligue o(s) multímetro(s) no(s) fio(s), ou nos conectores de teste.


10) Ligue o amplificador. Em 15 ou 20 segundos a leitura se estabilizará.
11) Ilumine o interior do JUNO pelo furo central e ajuste o BIAS pelo furo lateral.


12) Escolha um canal para começar. Coloque a chave de fenda no orifício até atingir a fenda do knob do potenciômetro de ajuste.
13) Gire lentamente em um sentido ou outro até obter a leitura mais baixa possível (negativa ou positiva, não importa).
14) Mude a escala do voltímetro para 200mV ou até 20mV se for o caso e continue ajustando lentamente para a menor leitura.
15) Após achar o ponto mais próximo de 0V, refaça os passos desde o passo 12) para o outro canal.
16) Após ajustar os dois canais (passos 12 a 15) espere 30 minutos e repita mais uma vez a sequência 12 a 15 para ambos os canais.
17) Pronto, o BIAS está ajustado.

Sempre que trocar um válvula, um par, um trio ou mesmo o quarteto todo, refaça estes ajustes.
A cada 2 anos dê uma checada nos valores. Se tiverem escapado mais de 20%, refaça os ajustes.
Você notará que as válvulas precisam ser trocadas quando não conseguir fazer com que o par trabalhe em torno de +/-18mV, com variação admissível de 10% para estes valores.
Não importa o que digam, se você fizer direito, não precisará trocar todas as válvulas quando uma delas pifar. É só trocá-la e fazer o ajuste do conjunto para a nova condição.
Economize $$$ com troca desnecessária de válvulas para comprar outros equipamentos, e colocar mais diversão na sua vida!

18) Desligue a chave ON/OFF e espere o ampli esfriar para manuseá-lo.
19) Volte para a posição normal de trabalho.
20) Reconecte tudo e, bom divertimento.


ANEXO:
Para montar o conector DIN de testes você precisará: 1 plugue DIN de 5 pinos macho para montagem em cabo, 2 pedaços de fio paralelo vm/pt e 2 terminais de conexão para caixas acústicas. Custo total R$10,00.
Abaixo a montagem:











News JAN 2012

Olá meus caros clientes e amigos,

Conforme comentei na página inicial do website (http://www.amplificadores.com.br/), estive atarefado correndo atrás das atualizações dos equipamentos em função do feedback dos clientes nestes últimos dois anos de atividades.
É a terceira rodada do PDCA que a LPJ Audio se submete, sempre visando a melhoria contínua dos porcessos, produtos e serviços.
Abaixo uma prévia do que há de novo.

Vamos lá.
  • O Amplificador para Headphones Híbrido H2HA-Andromeda foi finalizado e testado. Possui um front-end valvulado responsável pelo ganho de tensão e enriquecimento harmônico (pelo fato de ser valvulado) e um back-end de estado sólido usando a topologia de amplificador diferencial de corrente com altíssimo slew-rate (1300V/us) e alta capacidade de fornecimento: 500mA sobre carga de 25Ohm, totalizando 12w de áudio puro, linear e cristalino. Agora qualquer fone eletrodinâmico pode ser excitado aos seu máximo. O Volkano continua sendo a opção 100% valvulada para fones de alta-impedância.
  • O Phono Experience # 4 também saiu da prancheta. Agora a série Phono Experience tem uma versão com entrada para cápsulas tipo Moving-Coil (MC) além das Moving-Magnet (MM) que normalmente eram indicadas para uso com o PE#3 standard. É uma versão híbrida pois o front-end amplificador de alto ganho (60db para MM e 72db) usa amplificadores operacionais com tecnologia J-FET de baixíssimo ruído em configuração star-ground similar ao utilizado nos amplificadores de instrumentação para os baixíssimos níveis de sinal dos extensômetros.

Concepção dos novos painéis metálicos
  • Na cola vem o Phono Experience # 5 que será um Preamp para Phono 100% valvulado com entradas para MC tipo high-level/low-level e também para cápsulas tipo MM. Além disto o PE#5 terá a opção de ajuste da impedância de carga das entradas com um setup de 4 opções para C e 4 opções para R, cobrindo o range de 27pF a 120pf e 22k a 100k Ohm, compatível com 99,9% das cápsulas disponíveis no mercado.
  • Novos gabinetes metálicos com frontal usinado em alumínio de 8mm de espessura anodizado ao natural e caixa metálica blindada de aço com pintura epóxi eletrostática. Spikes e rods de apoio completam o novo gabinete além da chave ON/OFF iluminda em azul com dupla isolação tipo IP-65 em aço inox escovado.
  • Dois novos fornecedores de transformadores foram desenvolvidos para servirem de alternativa aos trafos convencionais que estavam com dimensionamento no limite. Novos materiais e técnicas construtivas permitirão a otimização de potência e dissipação de calor para o mesmo peso e volume.
  • Todos os produtos passaram a ter a opção bi-volt (110Vac ou 220Vac).
  • Ao longo do primeiro semestre mais duas novidades: JUNO monobloco e JUNO com pré-amplificador integrado. Em breve, um descritivo do que vem por aí.

Grande abraço à todos!