segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Amplificador Híbrido para Headphones

Há algum tempo atrás um cliente adquiriu um Volkano mkIV.
Após receber o equipamento, me ligou dizendo que o volume era insuficiente.
Comecei a especular pelo telefone o que estava acontecendo.
Depois de rodar o check-list padrão e não detectar o que estava acontecendo, perguntei qual era o headphone que estava sendo utilizado.
Então veio a resposta...

 
Voltando no tempo.
Quando ele encomendou seu Volkano, disse que estava para comprar um Sennheiser HD800 de 300 Ohms.
Pensei comigo: Beleza! Um headphone com boa impedância para o Volkano empurrar. O cliente ficará "nas nuvens" com o fantástico triodo 6080, polarizado em CCS e sem trafo de saída, empurrando diretamente seu fone.

 
Iniciei o meu trabalho na maior empolgação, afinal um Senn HD-800 merece um ampli à sua altura!

 
De volta.
Qual não foi a minha surpresa quando ele me disse que estava usando um fone XXXX de 22Ohms, daqueles que a gente usa no i-POD pra ouvir mp3 na academia, conectado ao seu Volkano recém desembalado...

 
Até tentei explicar os porquês, mas o domínio dos números Complexos (e as Transformadas de Fourier) é difícil até pra gente que estuda a coisa à fundo, imagine para o rapaz que queria ouvir suas músicas e não tinha volume suficiente. Mandou o equipamento de volta e devolvi sua grana.

 
Inconformado, resolvi montar um amplificador híbrido.
Deixemos que cada um faça o que sabe fazer melhor:
  1. Válvulas são ótimas amplificadoras de tensão.
  2. Dispositivos de estado sólido são ótimos amplificando corrente.
Assim surgiu o Andromeda H2HA.

 
Para agradar à gregos e troianos, o portifólio de produtos da LPJ Audio, agora tem duas opções de Amplificador de Potência para Headphones:
  • Altas impedâncias e/ou alta-sensibilidade: Volkano mk.IV.
  • Baixa impedância e/ou baixa sensibilidade: Andromeda H2HA.
Agora começa a fase de testes, em seguida a finalização das placas de circuito impresso. Em Janeiro de 2012 estará disponível no website para encomendas.
 
 


Grande abraço à todos!


Novidades em www.amplificadores.com.br

terça-feira, 18 de outubro de 2011

LPJ MCxMM v01

Finalizei o protótipo do pré para cápsulas MC.

Montei uma placa diretamente na traseira dos conectores RCAs da entrada do Phono Experience # 3. O Guard do TD serve como ponto central do star-ground. Operacionais tipo J-FET com alto slew-rate e duas chaves: uma para ajuste de ganho (10x para MM e 150x para MC) e outra para fazer o by-pass deste estágio de estado sólido, retornando o PE#3 ao seu estado 100% analógico original completam esta nova funcionalidade.

Este módulo extra pode ser implementado no Phono Experience # 3, no G4, no V2SE com a opção de Phono e no Monolith. O seu custo incial é de R$54,00 somados ao valor de qualquer dos equipamentos listados acima.

Como ainda está em testes, o primeiro lote de pcbs ainda não foi liberado, mas assim que estiver tudo 100%, aviso neste blog e no website (http://www.amplificadores.com.br/) disponibilizando na forma de upgrade ou acrescentando a funcionalidade para equipamentos novos.

PS.: Minha experiência como layoutista há um quarto de século atrás foi de grande valor ao projetar a pcb com aterramento similar ao utilizado em amplificadores de instrumentação! Fez toda a diferença.

Grande abraço!


domingo, 9 de outubro de 2011

Phono Experience #4

Hoje, Domingão, começo o desenvolvimento do novo modelo de pré para TD. É o Phono Experience número 4.
Basicamente é o mesmo circuito do #3 com um estágio extra para cápsulas MC.

Vários clientes estavam pedindo esta funcionalidade.
Além disto o novo front-end para MC do pré poderá fornecer um ganho extra para entradas MM de baixo nível de sinal ou sistemas de amplificação com pouco ganho final.

Em algumas configurações de "cabos-conexões-amplificadores", a impedância total está sacrificando o nível entregue pelo PE#3 e ainda comprometendo a BW. Como não dá para pedir aos clientes para atualizar os aparatos no meio do caminho, resolvi dar um "power-up" no projeto original.

Tenho três possibilidades para implementar o estágio MC:
  1. Usar mais um triodo duplo da família 12A (12AX7, 12Au7, 12AT7 etc);
  2. Implementar um pré com dois pentodos com ganho turbinado, um para cada canal, ou;
  3. Colocar um buffer J-FET de baixíssimo ruído e altíssimo slew-rate da família National ou Texas/Bürr-Brown.
Na bancada testarei a melhor opção em função da relação custo-benefício, espaço disponível, performance final e estética.

Em breve o resultado.

Grande abraço á todos!

Visite: http://www.amplificadores.com.br/




TD: Toca-discos.
MC: Moving Coil.
MM: Moving Magnet.
BW: Banda passante = resposta em frequência.
J-FET: Junction Field Effect Transistor.
Slew-rate: taxa de velocidade de resposta de um amplificador operacional. É o tempo que ele leva para responder à uma excitação na entrada. É dado em Volts/unidade de tempo. Veja em http://pt.wikipedia.org/wiki/Slew_Rate

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Microfone de calibração, o desfecho.

Meus caros,

Fui enganado.
Primeiro preciso deixar claro que o microfone que havia comprado não estava pifado. Era usado sim, mas não pifado.
Vamos ao desfecho.
Após devolver o mic ECM8000 que não tinha sinal defasado de 180° no pino 3 (COLD) do conector XLR, comprei um novinho (desta vez era novinho em folha) na Infotocchetto do ML.
Ao recebê-lo, montei toda a parafernália de testes na minha bancada.
Instalei o SW de análise no meu notebook e conectei tudo.
Sinal só no pino 2 (HOT). Pino 3 mudo.
Fui checando ponto a ponto até a entrada do computador, tudo OK.

Voltei a procurar por informações no "São Google".

Qual não foi a minha surpresa quando achei alguns textos de foristas dos EUA comentando que a Behringer havia descontinuado sua produção na Europa do ECM8000 e transferido 100% para a China.
Nesta transferência aproveitaram para baratear custos: sobstituíram o eletreto da Panasonic por um Chinês-clone (só na aparência pois a curva de resposta é medíocre) e trocaram a circuiteira balanceada dos transistores de áudio da Toshiba por FETs 1/2 boca além de suprimirem o sinal verdadeiro no pino 3 por uma "simulação gambiarrática" que não serve de nada, o tal Ground Driven, em comparação ao verdadeiro sinal balanceado.

Pois é, de microfone de calibração omnidirecional e com resposta plana de 10Hz a 20kHz nós não temos mais nada.

O que sobrou foi um mic comum num invólucro cosmético para se parecer com o ECM8000 de alguns anos atrás...

Após a leitura de diversos posts e artigos independentes do fabricante, concluímos que o ECM8000, para trabalhar razoavelmente bem, tem que ser equalizado no SW de análise...pena.

Ia me esquecendo, na embalagem e manuais da Behringer não é mencionado em lugar algum que este mic é balanceado, a única menção é que ele tem um conector XLR (tipo ITT Cannon) que é bem diferente de dizer que é balanceado.

Quem passou o maior carão nesta história toda fui eu, explicando como funciona um pós-combustor á jato, tendo na mão um motor 2-tempos...

Bem, conforme havia prometido, abaixo o esquema de uma Phantom Power para microfones balanceados de verdade ou ECMs da vida.  What so ever...



Um artigo mais detalhado sobre a eletrônica envolvida será publicado em:

Não deixe de visitar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cada dia que passa sou mais fã da HP!

Todos já devem saber que sou fã confesso da Hewlett & Packard, hp para os íntimos.

Além das maravilhosas calculadoras, eles sempre fizeram equipamentos de medição e testes "estado da arte", tanto que as Voyager estavam recheadas de equipamentos dos caras! Só para citar uma das aplicações top da NASA, dentre milhares.

Bem, meu oscilador de precisão HP4204A estava com um pequeno probleminha, afinal ele nasceu no mesmo ano que eu, 1967 e precisava de um trato.
Como foi comprado em um revendedor de equipamento usado, eu não tinha o manual de serviço nem o de calibração.



Passei a noite toda ontem, procurando os referidos manuais na web.
Achei no e-bay cópias por US$19,00 (das quais o envio saía mais caro que o produto) e alguns originais começando em US$35,00...this was not an option...

Hoje pela manhã, há alguns minutos atrás, resolvi dar uma gugada só para desencargo da consciência.
Antes de digitar o assunto, lembrei de procurar no site dos progenitores da "criança".

Qual não foi a minha surpresa e satisfação ao encontrar o .pdf completinho da silva no website da Agilent (HP), e ainda com a seguinte nota na folha de capa:

"About this Manual


We’ve added this manual to the Agilent website in an effort to help you support your

product. This manual provides the best information we could find. It may be incomplete

or contain dated information, and the scan quality may not be ideal. If we find a better

copy in the future, we will add it to the Agilent website."


É ou não é para ser fã incondicional dos caras!
Bom, pelo menos no que depender de mim, os equipamentos que produzo têm este espírito "HP" embutidos. Se formos copiar alguém que seja o melhor!

Grande abraço a todos.

http://www.amplificadores.com.br/



Referencias:
http://cp.literature.agilent.com/litweb/pdf/04204-90010.pdf, website da HP com o manual em pdf.
http:// www.belanova.com.br, onde eu encontro alguns equipamentos de segunda-mão em bom estado.
http://www.hpmemory.org/wb_pages/wall_b_page_10a.htm, veja a hsitória dos osciladores de áudio da HP.




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

intel

Olá pessoal,
Abaixo o link do vídeo feito pela  intel onde o V2SE e o JUNO 2 (http://www.amplificadores.com.br/) fazem uma "ponta"...

Grande abraço!


http://vimeo.com/27470860

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

V2 Special Edition - V2SE

Olá meus caros,

O V2 também passou por uma remodelagem à exemplo do JUNO.

As novas funcionalidades foram implementadas de forma experimental em algumas unidades de clientes que se dispuseram a enviar seus equipamentos até o meu laboratório e tiveram a inabalável paciência de aguardar a implementação, os testes, as correções, as modificações e mais testes até que tudo estivesse 100% de acordo com a nossa filosofia de trabalho na incansável busca pela perfeição...
Obrigado à todos vocês!

O resultado desta empreitada está descrito mais abaixo.



O novo V2SE é construído na plataforma do V2 (ST-standard) com a adição de algumas funcionalidades extras.
  1. Faceplate e backplate em aço INOX polido em todas as versões à exceção do V2ST que possui somente 2 entradas.
  2. Módulo multiplexador de entradas (i-MUX) com indicação digital em display de 7 segmentos no frontal mais uma push-button de seleção;
  3. Potenciômetro de volume RK-27 ALPS (opcional em qualquer versão);
  4. Módulo de estado sólido pré-amplificador para toca-discos de cápsulas magnéticas (MM) na entrada "0" que é convertida em "P" no display, para indicar PHONO selecionado;
  5. Módulo gerenciador de entradas/saídas balanceadas padrão XLR- Cannon que converte sinais balanceados em single-ended e vice-versa. 
Os diagramas de blocos para as diversas configurações podem ser vistos abaixo, iniciando-de pela versão standard até a versão mais completa (e complexa) com todos os módulos implementados.
Os valores estimados para cada opção estão discriminados em reais.

V2ST (STandard). R$720,00

V2SM (Standard + iMux). R$855,00


V2SP (Standard + i-Mux + Phono). R$882,00


V2SX (Standard + i-Mux + Phono + XLR). R$918,00


Lembrando que os valores podem ter alteração para mais ou menos em função da flutuação do dólar americano visto que vários componentes são importados sob demanda.

O V2ST não possui faceplate ou backplate de aço Inox pois só tem duas entradas selecionáveis via toggle-switch.

Em breve será lançada uma nova versão com gabinete metálico para os fãs do look high-tech. A versão vintage custom continuará a ser produzida artesanalmente nas minhas oficinas.

Grande abraço à todos!

http://www.amplificadores.com.br/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Novo JUNO

Olá pessoal!
Estive envolvido em uma série de projetos paralelos e agora estou retomando as atividades full-time.
O primeiro resultado desta nova etapa é o upgrade do JUNO:

Foi feito um "facelift" com algumas mudanças no painel de aço INOX além da adição de um miliamperímetro com backlight azul para medir a corrente de ânodo de cada um dos canais ou a corrente total (indicando o consumo do +B num belo efeito de V.U.).
Um novo circuito de delay-timer para o +B, fazendo com que a alimentação de placa chegue 45 segundos após o início do aquecimento dos filamentos evitando o meléfico metal-stripping.
Novo regulador de alta-tensão a FET garantindo maior estabilidade das tensões internas.
Foi colocado um invólucro cilíndrico sobre o trafo de força equilibrando ainda mais o aspecto estético.
Além disto tudo, a nova versão é equipada com seletor automático bi-volt (127/220Vac).

Em breve será lançado mais uma opção de painel com o gabinete totalmente metálico e enclausurado para os fãs do aspecto high-tech em contrapartida aos adeptos do "vintage look".




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Microfone, o desfecho

Cabelo branco é uma sina...

A gente quando envelhece aprende a notar nas pequenas coisas os sinais sutis que a natureza nos envia o tempo todo.
Quando falei da ausência de "cheiro de novo" no mic que comprei na CNBR do MercadoLivre, não estava exagerando não.

Foi um "c$%#@#´ pra conferir" devolver o tal microfone novo-usado e receber a grana de volta.
Foram uns 20 e-mails explicando o problema, implorando o conserto e pedindo o endereço para devolução.
Depois de conseguir falar com alguém, levei o mic até a sua origem.
Deixei lá para "avaliação".
Uma semana depois recebi uma nota, pra dizer o mínimo, espartana, dizendo: "Seu dinheiro será devolvido."

P@RRA! Isto não resolve o meu problema.
Preciso deste cara para calibrar os amplificadores que fabrico!
Atrasei várias semanas a entrega de alguns produtos por conta da leviandade de alguns picaretas vendendo coisas usadas/pifadas como novas pela Internet!

Virei a Santa ifigênia do avesso e não encontrei o dito-cujo em nenhuma loja física, por isso tive que negociá-lo pela web...

Achei outro vendedor no ML.
Agora estou esperando o novo produto que acabei de comprar.
Vamos ver o que me espera...


No próximo post, o resultado e os esquemas que prometi.

Abraços.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Microfone de referência

Comprei no ML um microfone de calibração ECM8000 da Behringer para usar com o SW Analisador de Espectro da PAS, muito bom e fácil de usar, por sinal.
Chegou via SEDEX na segunda-feira à tarde.
Logo que peguei a caixa senti falta daquele "aura" de coisa nova...é engraçado como nosso nariz nos conta coisas que nem sempre prestamos muita atenção...não tinha cheiro de fábrica (aquele cheiro de plástico+solvente+embalagem nova).*

Não deu outra.

Liguei o mic na Phantom Power e de cara não funcionou.
Melhor dizendo, funcionou só a metade. O sinal do pino 2 (HOT, ou positivo) estava presente, porém o sinal do pino 3 (COLD, ou negativo) estava mortinho da Silva.

Na hora liguei para o negociante do ML e disse o que estava acontecendo.
Tive que ouvir do cara que eu não sabia fazer a ligação...pode?!



Fui obrigado a mandar o esquema eletrônico do mic e explicar ao rapaz pra que servia cada um dos componentes SMD da placa interna!
Mandei tb um pequeno texto explicando pra que serve e como se faz uma conexão balanceada.
Agora será aquela encheção de saco pra conseguir trocar este mic defeituoso, que ninguém me tira da cabeça, era usado.

Como minha esposa sempre diz:

"Todo chato é azarado!"

Isto valeu pra mim que recebi o MIC 1/2 boca e para o cara da CNBR que mandou um mic meia-vida pro cara mais cri-cri do planeta!

That´s it.
Na medida que a história se resolver, postarei o resultado da epopéia e um tutorial de como se monta uma Phantom Power e como testar (de verdade) um microfone balanceado.

Abraços!

http://www.amplificadores.com.br/




*Uma vez ouvi um provérbio que dizia o seguinte:
" - Quando não souber para onde ir, siga seu nariz!"

sábado, 30 de julho de 2011

Estado sólido e potência de verdade.

Fui convidado para fazer 3 projetos para uma empresa fabricante de amplificadores de estado sólido e caixas acústicas de sistemas PA.
Como nunca havia lidado com este público/mercado, à princípio relutei em abandonar (momentaneamente, que seja) meu envolvimento 24h/dia com as válvulas.
Dada a necessidade premente da empresa em colocar um produto "reliable" no mercado, topei a tarefa e coloquei as mãos à obra.
Corrigi os projetos que estavam em produção antes de dar início aos novos projetos (um sub ativo de 300w, um módulo de potência para PA de 300w e uma caixa amplificada para retorno de palco).
Durante as correções, notei que as fontes de alimentação dos produtos (e de TODOS da concorrência) não fechavam a conta...
Potência elétrica é igual ao produto da corrente na carga multiplicada pela tensão sobre esta mesma carga. Simples assim.
Tirei a poeira dos meus voltímetros AC e fui medir tudo que tive acesso nestes dois meses.
Fui em várias lojas e abri vários equipamentos da concorrência.

Em que Universo vivemos?

Só pode ser num universo paralelo onde as leis da física não se aplicam!
Os fabricantes têm a cara-de-pau de colocar etiquetas de 200w em equipamentos que entregam, suando em bicas, meros 65w @ 1kHz e com THD de uns 15%!!!

Finalizei um protótipo de 150w (de verdade com BW de 30Hz ~40kHz, THD 0,1% mais limiter e proteção DC) e entreguei ao meu parceiro, dono do negócio.
Levamos á campo e fizemos vários "blind-tests": ligávamos o ampli na calçada e pedíamos para os "entendidos de platão" falarem quanto eles achavam que tinha de potência saindo dos falantes.
Tivemos palpites de todos os tamanhos, mas a absoluta maioria situou o ampli na faixa de 300 a 600w!!!

Diante da distorção generalizada entre o meio artístico consumidor de sistemas de PA, sugeri duas alternativas ao meu parceiro-cliente:

1) Você pode mentir, na cara-dura, como fazem todos os outros fabricantes, colando uma etiqueta de 400w no ampli de 150 ou;
2) Me pagar pra fazer outro projeto de 70w e colocar uma etiqueta de 150W!

Em qualquer dos casos, a mentira é a única solução de contorno para este problema que se instaurou no Brasil há décadas, onde ninguém mais sabe o que é rms, ou PMPO (sic), ou potência musical (???) e por aí a fora...

E você, caro leitor?!

Compra equipamento pela etiqueta colada ou pelo que ouve e cabe no seu bolso?

Pense à respeito na próxima vez que for adquirir um ampli.


http://www.amplificadores.com.br/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Híbrido, atendendo à pedidos...

Meus caros,

A proliferação dos headphones de baixa impedância (32 Ohm e menores) em função da demanda gerada pelo uso indiscriminado dos dispositivos móveis tem tirado meu sono.

Quando projetei o Volkano, levei em consideração a condição limite de 50 Ohm, menor valor apresentado pelos headphones semi-profissionais e profissionais do middle-market, ou seja, os 80% (da curva 80-20) do meu público-alvo. 

Neste último ano, como comentei mais acima, a demanda por fones de impedância mais baixa me deixou com 3 alternativas:
1) Exagerar nos artifícios possíveis de se implementar no Volkano mk.III para adaptá-lo.
2) Projetar um novo valvulado com válvulas NOS (fora de questão) deixando os clientes nas mãos dos fornecedores de válvulas que não são mais fabricadas.
3) Implementar uma condição de contorno de estado sólido (afinal eles são ótimos quando se trata de lidar com Ampères), montando um estágio adicional que seria ligado á saída do Volkano original quando necessário.

O item 1 demandaria a troca da fonte de alimentação. Aumento do +B. A colocação de capacitores de acoplamento grandes (com altos ESR), aumento da corrente de referência da fonte CCS e a compra de um ar-condicionado para que os ouvintes pudessem ficar na mesma sala do Volkano...

O item 2, já comentei o porque está fora de cogitação.

Restou a opção 3.

A Texas Instruments, lançou há pouco tempo, um driver usado para implementação de dispositivos ADSL que funciona entregando bons 0,5A em 130Mhz com slew-rate de 1300v/us!
Basicamente uma versão turbinada do BUFx64 da Bürr-Brown.
Em tempo, a National não ficou pra trás não. Também lançou um concorrente de peso, que estou na captura de amostras na Ásia.

Voltando ao THS da Texas:
Para os meros DC ~ 20khz da faixa de áudio, este pequeno prodígio, faz o serviço com o "pé nas costas". É praticamente o Santo-Graal da amplificação de áudio: wire with gain, ou seja, "um fio com ganho".
Tem punch suficiente para torrar qualquer GRADO de 32 Ohms e fazer qualquer  Beethoven de plantão ouvir o que quer que seja!

Minha carga da China chegou esta semana e vieram as primeiras amostras. Se tudo correr como esperado, lançarei em breve o Volkano mk.IV com esta nova funcionalidade, além de uma conexão DB9 para ligação dos linearizadores Zöbel, neste caso, a chave de impedâncias sairá do desenho original deixando o Volkano muito mais flexível. O cliente adquire com seu Volkano o adaptador específico para seu headphone ou as placas sem componentes para que ele mesmo possa achar a melhor opção de linearização em função do seu setup, gosto musical e capacidade auditiva.

É isto aí.

Conforme o andor da carruagem, vou postando novas linhas.

Abraços

http://www.amplificadores.com.br/ (H2HA...Andromeda)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

HP Garage Rules

Em 1982 comprei minha primeira calculadora HP.
De lá prá cá me tornei fã incondicional dos caras.
Foram muitas máquinas e vários momentos de desespero e realização ao lado das minhas inseparáveis máquinas: HP-32E, HP-33C, HP-34C, HP-41CX, HP-28S, HP-48SX, meu HP-85B e outras (todas funconando!).

Abaixo uma foto de 1939, onde nasceu a Hewlett-Packard.


Nesta garagem, os jovens Hewlett e Packard criaram um gerador de áudio (valvulado, é lógico!), sob encomenda, para os estúdios da Disney, que iriam produzir o desenho "Fantasia" com o Mickey Mouse. Precisavam de um equipamento leve, prático e robusto para os efeitos sonoros nas gravações.
Além do equipamento, os jovens H&P criaram também um conjunto de regras que nortearam a companhia durante todos estes anos.
Mais que isso, as regras da garagem, são o resumo do que todo e qualquer empreendimento industrial deveria ter como mote. Não é à toa que a HP chegou onde chegou. Clique na imagem para ler as "Leis da Garagem da HP".


E finalizando, uma pequena homenagem aos dois Srs. e seu sonho.


Divirtam-se!



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gurus de plantão

Meus caros amigos,
Durante muitos anos levei uma vida "corporativa". Trabalhei em grandes empresas multinacionais (Bosch, Pirelli, Philips, entre outras). Quanto maior a empresa, menos problemas certos indivíduos conseguem causar, bagunçando (de forma consciente ou mesmo inconsciente) os processos estabelecidos.
Quanto mais antiga, e quanto maior o número de guerras e conflitos esta companhia atravessou, mais sólida é sua estrutura. Mais resiliente ela se torna.
Porém existe uma raça extremamente perniciosa de indivíduos que conseguem abalar estruturas de empresas tão sólidas quanto às que eu já citei:
São os Gurus de Plantão.

Não sei definir muito bem qual é o fenômeno, mas uma coisa é fato, eles têm a capacidade de enebriar seus seguidores e ouvintes de forma a incutir suas idéias numa legião de adoradores-seguidores culminando numa total ausência de opinião-própria em seu séquito.
Convertem todos eles em zumbis, ou melhor, mariposas bailando em volta do lampião até que acabem queimadas, proporcionando um espetáculo pirotécnico que o tal guru geralmente assiste de camarote...

Em qualquer ramo da atividade humana, seja no mundo corporativo ou no mundo do áudio, o bom-senso vale mais do que as mil palavras de um guru.
Por este motivo aprecio tanto os textos e o posicionamento do sr Bruce Rozenblit.

Abaixo algumas considerações que sempre comento com meus clientes regulares ou através de consultas de e-mail:
  • Ciência é ciência. Não existe nada esotérico o suficiente que não possa ser mensurado, medido, virado do avesso e que não obedeça às mesmas leis da física seja aqui na Terra ou em algum planeta de Andrômeda. Parafraseando o Prof. Dr. Carl Sagan: é como a navalha de Occam...é muito mais digno assumir logo que os dragões não existem do que justificar por mil e um dogmas a sua existência. A natureza sempre percorre os caminhos mais simples...agrade-nos ou não...
  • Quando usam algum termo que vc não conheça, questione. Estude. Vá atrás. Não se fie em idéias e relatos de quem não estudou o assunto à fundo e não possui respaldo científico algum. Robert Millikan nunca foi um cientista genial ou extraordinário, muito menos um visionário do porte de um Maxwell, de um Dirac ou mesmo do Einstein, todos contemporâneos seus; mas uma coisa era fato: se o Millikan houvesse testado, com certeza estaria comprovado! Ele era assim: um ponto de interrogação ambulante que comprovou várias teorias que os próprios cientistas-idealizadores não tinham a menor idéia de como comprovar o que haviam escrito...
  • O bom-senso sempre nos dá uma boa medida de onde colocar nossas fichas.
  • 100 vezes mais caro não significa 100 vezes melhor. E vice-versa.
  • Aos 7 anos de idade nossos ouvidos são mais que perfeitos, porém não gostamos de Jazz e Beethoven é só o cachorro do filme da Disney. Aos 14 eles ainda são perfeitos, mas começamos a estragá-los com rock e fones-de-ouvido (combinação perigosa!). Aos 21 estão razoavelmente bem, mas passamos noites em claro atrás de uma mulher bonita enchendo os tímpanos com múisca alta até de madrugada. Aos 28 começamos a gostar de boa música, mas não conseguimos mais ouvir muito bem...Aos 35, sabemos exatamente o que é música boa, mas já estamos surdos! Essa é a vida.
  • 5Hz ~ 100kHz é pra golfinho, baleia, elefante e morcego. Ouça o que vc tem à mão, se te proporcionou prazer, então desfrute. Caso contrário, procure algo dentro da sua realidade para que possa lhe proporcionar prazer. Ponto.
  • A psicoacústica explica que nosso cérebro consegue preencher os vazios de um programa que ouvimos. Quanto mais experiências emocionais ligadas à musica tivermos na nossa juventude, melhor será o que ouviremos quando formos velhos e surdos!
  • U=R*I. Todo o resto vem daí!
  • Potência é a capacidade de algo produzir calor. Um equipamento de 1100 watts ligado em 110V TEM que ter um fusível de no mínimo 10A. Se a conta não bate, desconfie.
  • O rendimento de um alto-falante varia de 0,5 a 4%, ou seja, para cada 100w entregues pelo amplificador, de 99,5 a 96w são transformados em calor pela bobina, o resto é som.
  • A bobina de um falante é feita de cobre. Cobre comum com um monte de oxigênio e impurezas. Pra que usar um cabo de US$2.000,00/m se antes do cabo temos um transformador com 200m de cobre comum e depois do cabo um alto-falante com outro tanto do mesmo cobre comum?
  • Conector de ouro seria necessário se morássemos em Vênus ou Mercúrio. Aqui na Terra o bom e velho cobre-níquel dão conta do recado, e muito bem! A força utilizada para apertar os conectores é mais que suficiente para expor o metal vivo nas conexões, caso estejam oxidadas.
  • O mesmo vale para chaves, relés e soquetes. O simples movimentar de contatos ou inserção das válvulas já é mais que suficiente para expor o metal do contato.
  • Números são ótimos para fazer planilhas e controlar o orçamento. Em se tratando de música, prefira ouvir a ler. Ouça sem preconceitos, se gostar do que ouviu valeu a pena. Se não gostar, sinta-se livre para seguir seu caminho à procura do som perfeito. Mas use os SEUS ouvidos, não os ouvidos de outro!
  • Quando vejo alguma página de review de equipamento em alguma revista, olho só se a foto foi bem feita ou mal feita. Daí já dá pra ter uma idéia se o dono da marca analisada pagou ou não pro seu produto sair bem pontuado pelo crítico...
  • Já pensou numa mulher com a voz da Joss Stone e a cara da Aracy de Almeida, ou mesmo a Susan Boyle...não dá, né?! O equipamento tem que agradar aos olhos e ouvidos. Pesto é outro exemplo. Mande uma criança fechar os olhos e comer pesto. Beleza. Agora mande a mesma criança comer pesto olhando a cor e a textura do mesmo...já sabe a resposta, né?! A experiência sensorial deve ser completa.
  • É impossível agradar a Gregos e Troianos, por esta razão, os equipamentos que fabrico são retornáveis. Não gostou do que recebeu, mande de volta que seu investimento volta pro seu bolso. Por esta razão sempre insisto aos meus futuros clientes que, quando possível, levem um equipamento de testes para casa e experimentem.
Basicamente é isto.
Experimentem e troquem experiências, porém policiem-se para não se tornarem os Gurus-de Plantão...
Quando isto acontece, o conhecimento e a curiosidade perecem, arrastando todo e qualquer avanço tecnológico pro fundo do poço.
Se o Padre Landell de Moura tivesse dado ouvidos ao Bispo, ele não teria inventado o rádio 10 anos antes do Marconi, que acabou levando a fama...
Inovar e reescrever a forma de fazer as coisas é para poucos, mas garanto que as experiências aprendidas pelo caminho são redentoras! Tente. Inove e compartilhe!

http://www.amplificadores.com.br/

Grande abraço a todos.


"Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem"

sábado, 22 de janeiro de 2011

Correios & Transportadoras

Sempre aparecem algumas dúvidas de clientes quanto ao uso dos correios e demais transportadoras. Tentarei dar algumas dicas úteis a seguir:
  • Os Correios funcionam muito bem, do Sudeste para baixo. Norte, Nordeste e parte norte do Centro-Oeste, parece outra empresa. Vejam bem, não estou generalizando ou radicalizando, muito menos insinuando algum tipo de preconceito. Falo sobre fatos. Estatística é uma Ciência, embora hajam controvérsias*.
  • Não sei se a culpa é do governo federal que não investe em infraestrutura rodo-aero-ferroviávia de maneira adequada nas regiões do seu maior contingente de eleitores. Ou se a culpa é da má administração do próprio Correio. As minhas encomendas despachadas para estas regiões SEMPRE chegam em seus destinos com algum problema. De endereços não encontrados à equipamentos danificados por desleixo no manuseio dos pacotes. Sim, é triste. Temos analfabetos funcionais em cargos-chave em algumas instituições público-privadas por todo lado...
  • As transportadoras privadas também encontram obstáculos "impostos" pelo governo federal para operarem para estas regiões de maneira eficiente, talvez para desestimular o seu uso em detrimento dos Correios (lembram-se daquela turma do Roberto Jefferson & CIA?). Bem, voltando ao assunto:
  • Como não sobram alternativas, tive que modificar o estilo de envio dos equipamentos. Agora eles são despachados em caixas de madeira bem mais robustas e mais pesadas ($$$).
  • Guardem estas caixas, mesmo que desmontadas, caso precisem enviar seus equipamentos de volta para manutenção, upgrade, devolução ou seja lá o que for. Os equipamentos danificados por mau-uso, seja no cliente , seja no transporte, não estão cobertos pela garantia vitalícia. Válvulas são frágeis, infelizmente.
  • Por falar em válvulas, guardem suas embalagens, mesmo que desdobradas para ocupar menos espaço. Elas são parte da história. Os logos, números de série, ano de fabricação, país de origem, etc, têm bastante valor como itens de coleção, além de proporcionarem o acondicionamento correto das mesmas. Repararam que as caixas possuem calços e abetas internas que sustentam as válvulas em seu interior?
  • Usem o número do rastreador, que é enviado à vocês por e-mail,  para verificar em http://www.correios.com.br/, no item "Rastreamento de objetos" onde está sua carga. Saibam que algumas vezes o objeto sai para entrega porém retorna ao CT por falta de tempo hábil ou algum acidente de percurso que impossibilitou a chegada ao destino. SP e RJ em Janeiro sempre é problema! O trânsito vira o caos quando chove além da conta. Culpa dos governos federal, estadual e municipal. Lideramos a arrecadação de impostos  e tributos e, há 50 anos as cidades crescem de forma desordenada e com plano de urbanização puramente eleitoreiro. Parabéns ao Lerner pelo que fez no PR! Em contrapartida, vejam o centro de SBC esta semana: resultado das manobras PoliTico-eleitoreiras de ocupação das encostas dos morros da represa Billings desde o início da década de 80. Uma hora a Naturza cobra a conta:

  • Que transportadora consegue atravessar este rio de lama? Ao centro a sede da prefeitura. Á direita Santo André: de onde vêm as encomendas tanto da JadLog quanto do Correio/SEDEX. Ao fundo Diadema/SP e à esquerda a divisa com São Vicente, na Serra-do-Mar (ou o que sobrou dela com as favelas da Cota 200 e Cota 400 na Via Anchieta).
  • É FUNDAMENTAL que o número de telefone válido do destinatário (com os prefixos locais e alguém no fim da linha para atendê-lo) seja impresso na etiqueta da encomenda junto ao endereço ou nome. Tanto os Correios, quanto as transportadoras privadas telefonam após as 3 tentativas de entrega sem sucesso antes de mandarem a carga de volta ao remetente.
  • Nunca assumam que o funcionário das transportadoras/Correios vão entender o que vcs escreveram. Se fizer manuscrito, use letra de forma. Dê preferência ao uso de etiquetas impressas. Se for jato-de-tinta, use fita adesiva transparente sobre a etiqueta para evitar que a chuva ou umidade apagem os dados.
  • Os Correios disponibilizam no website um "engine" para criar as etiquetas com código de barras, inclusive. Veja em http://www.correios.com.br/enderecador/encomendas/default.cfm .
  • Não se esqueçam: Rua é Rua, Alameda é Alameda e Avenida é Avenida. Em S.B.Campo por exemplo, temos uma Avenida Dom Pedro de Alcântara e uma Alameda Dom Pedro de Alcântara, mesmo CEP e para piorar as coisas, se vc consultar o website dos Correios pelo CEP só aparece a opção de Avenida em todo o município...Pois é, as minhas cobranças e contas mais as do Sr que mora na Avenida D.Pedro vêm todas para mim...as minhas encomendas e presentes sempre acabam indo para este outro Sr...já comentei com vocês que todo chato é azarado?!? Vejam o post anterior.
  • O sistema de endereçamento no Brasil é um tanto quanto bagunçado, apesar do CEP de 8 dígitos, que permitiria 1.074.741.182 endereços diferentes, algo em torno de 5,3 endereços por habitante do país. Em cidades planejadas temos quadra, lado norte, lado sul, lado oeste, numero par, número ímpar, bloco etc. Em outros "logradouros" temos o nome da rodovia e o km (+/- onde está a fazenda do sujeito...) Certifiquem-se com o destinatário, não somente nos Correios pelo CEP, para onde vai seu pacote antes de fazer a etiqueta de envio. Se possível, peçam para ele copiar de uma multa de trânsito, conta de luz, água ou telefone. Este tipo de correspondência SEMPRE chega no seu destino.
Grande abraço e divirtam-se.


* (Veja um exemplo de estatística trabalhando à favor da bandalheira: Qual o número de habitantes por região do país? Mentalizou cada um deles? Vá no site da CEF e veja pra onde é sorteada a grande maioria dos pêmios da loteria federal. Como diria o Homer Simpson: "Esquisito...."

Um exemplo da estatística trabalhando de acordo com as Leis da Natureza: jogue uma moeda pra cima e conte quantas caras e quantas coroas deram. Quanto mais jogar, mais perto de 50% vc terá!)

26/1/2011
PS.: O procedimento do SEDEX é o seguinte:
  1. Os Correios/SEDEX tentam entregar o objeto 3 vezes.
  2. No caso de 3 ocorrências de "destinatário ausente", o objeto retorna ao CE dos Correios que o remete ao CD mais próximo da resiência do destinatário.
  3. Um aviso por escrito é enviado ao destinatário e deixado em sua caixa de correio, avisando onde se encontra o objeto para a retirada.
  4. O objeto permanece por 7 dias à disposição no CD para a retirada.
  5. Após estes 7 dias o objeto retorna ao remetente.


domingo, 16 de janeiro de 2011

Tive que concordar...

Ouvi "uma" ontem da minha esposa que me deixou pensativo sobre os rumos que o Universo toma em função das nossas escolhas e ações...

Recapitulando...
Eu. O Luciano:
"Há 20 anos compro meus carros esperando fazer um bom negócio, como todo mundo. Nestes 20 anos de trocas e experimentações, peguei somente um (unzinho) que me deixou feliz e satisfeito pelo tempo que estive com ele.
Esta avis rara foi um Fiat UNO 1986.
Nada.
Nadica.
Nothing to do with...foi pegar e andar, trocando óleo, verificando filtros e pastilhas e colocando gasolina. Foi pura alegria e diversão. Até esquecia que tinha o carro. Bem, estava nos meus vinte anos e tudo era festa, devo confessar. Com a faculdade no final, resolvi parar numa concessionária e pegar um "zero". De lá pra cá só foram "Zeros à esquerda". Um atrás do outro.
Nem Japonês, nem Europeu, nem Brazuca. Não importava a bandeira, eram só tranqueiras.

Um que era desbalanceado: gastava freio só de um lado, pois o CG do carro era deslocado para a esquerda. Deixaram na mão do estagiário a escolha de onde colocar o bloco do motor...
Outro que não dava pra trocar as lâmpadas dos faróis: colocaram a bateria no meio do caminho.
Mais um que tinha vida própria: buzinava quando queria, ligava limpador quando dava na telha, pisca-alerta quando ele (o carro) se achava em perigo, e por aí a fora.
Teve um que eu tinha que escolher se ia às compras ou ligava o ar-condicionado: apesar do motor e da fama oriental, não aguentava o tranco...
Um outro que a direção assistida (elétrica) fazia mais barulho que o Fusca 66 do meu sobrinho, isso com 2500 km!
Há 2 anos atrás desisiti.
Deixo a grana com a minha esposa e sinto-me feliz com o que ela escolher. Ponto.

Ontem...
Conversando com ela sobre vários assuntos, o daí de cima incluso, ela me veio com esta:
"Todo chato é azarado!"

Parei para refletir e só pude concordar.

Não sei se a Natureza nos prega estas peças (sim, eu sou um chato!) para que sejamos mais complacentes e Zen no dia-a-dia, ou se as pequenas coisas que passaraim desapercebidas para a maioria das pessoas se tornam quimeras gigantescas sob nossos olhares (o dos chatos).
Mas uma coisa é fato: Se o palito caiu no bolo ante de assar, eu darei uma mordida no pedaço com ele dentro. Se estivermos em 8 pessoas num restaurante, a minha comida será esquecida pelo garçom. Se eu fechar o olho e pegar uma castanha-do-Pará no meio da barraca da feira, a minha virá bichada. Se pegar uma senha de atendimento, o placar dará pane na minha vez e por aí a fora...



Deixarei de ser crítico e exigente?
Nunca.
Sou da opinião que, enquanto viver, a Natureza um dia terá que me dar uma folga! Mai cedo ou mais tarde, tenho certeza de que isto acabará acontecendo.
Só espero estar vivo para ver este dia!

Grande abraço à todos, aos chatos como eu e aos "normais".


http://www.amplificadores.com.br/